AÇAFRÃO, QUAL AÇAFRÃO? CONHEÇA-O NO MUSEU DA CIÊNCIA E APRENDA MAIS UMA LIÇÃO
O modelo de flor em análise é o açafrão - conhecida especiaria, de uso culinário típico na paella, risoto, carneiro, sopas de peixe, das mais utilizadas na dieta mediterrânea. De cor vermelho-dourado é retirada do estigma seco da flor de plantas bolbosas, herbáceas, cujo nome científico é Crocus sativus L.. Da família Iridaceae, cada flor do açafrão tem 6 pétalas, roxas ou brancas, 3 estames e um pistilo (conjunto do ovário, estilete e estigma das Angiospérmicas-plantas com flor). O pistilo, amarelo ou vermelho, é composto por três estiletes e um estigma. São necessários 14 mil estigmas para produzir 28 gramas de açafrão (Crocus sativus) - ainda hoje a especiaria mais cara do Mundo, pois são necessários cerca de 150 mil flores para obter 1 kg de estames de açafrão seco.
Dependendo das dosagens, em usos médicos é utilizado em dispepsias, como estimulante de apetite, sistema nervoso central e útero, podendo ser abortivo e emético em doses elevadas (a dose 12-20g é letal em adulto).O açafrão é nativo da região Mediterrânea ocidental, norte de África, centro e Sul da Europa. É cultivado no Médio Oriente e Ásia central, pouco em Portugal continental, mais na ilha da Madeira. Os bolbos têm um período de dormência de 5 meses, em que não é necessária rega, sendo uma cultura ideal para regiões semiáridas (inverno moderadamente frio, com chuvas durante o Outono, verão quente e seco, com pouca queda de chuva e limitações de água). Assim, não é de origem tropical, mas sim árabe e sul da Europa e chegou à Europa pelas rotas do comércio árabe.Não confundir com o açafrão-da-índia (o “verdadeiro açafrão” para os povos da Índia, Moçambique e da África Oriental), também conhecido por açafrão-da-terra, gengibre amarelo e que confere o amarelo vivo e o sabor picante, por exemplo, aos apreciados pratos de caril. Este é retirado do rizoma (açafrão-da-terra) de uma outra espécie - Curcuma longa, sin. C. domestica - de outra família botânica, as Zingiberaceae. Esta outra espécie foi trazida da Índia para o mundo pelos percursos dos mercadores árabes e/ou das caravelas quinhentistas dos Portugueses. A curcuma é uma planta exótica, muito cultivada e utilizada nos trópicos: Ásia, Austrália, Caraíbas e África. Destaca-se pela intensa cor amarela do seu rizoma, que deu origem ao nome que em inglês é turmeric e deriva do latim terra merita, referindo-se a um pigmento mineral de cor amarela.Na Idade Média já era conhecida e apreciado na Europa como corante e remédio e não como especiaria. Era usada para tingir artigos de pele e corantes alimentares como licores, queijo, manteiga e pastelaria. Terá sido o médico grego Dioscórides quem lhe deu o nome de açafrão-da-Índia. O constituinte mais ativo é a curcumina que apresenta fortes propriedades antioxidantes. Tem uma marcada ação anti-inflamatória muito eficaz no tratamento de dores reumáticas e artrite reumatoide. Aumenta a secreção biliar ajudando a metabolizar gorduras. É hepatoprotetora, digestiva, anticoagulante do sangue, anticancerígena e um dos melhores anti-inflamatórios do reino vegetal.Existem muitas variedades de curcuma, mas a que interessa para fins terapêuticos é a C. longa. É uma planta herbácea, perene, com ramificações laterais compridas, folhas compridas, elíticas e pontiagudas, com cerca de 50 cm de comprimento, flores amarelas, com sépalas verde-claro, e pétalas roseadas em inflorescência cônica. Do rizoma saem as folhas e as hastes florais. A colheita deve ocorrer na época em que a planta perde a parte aérea, depois da floração. Nesta fase, os rizomas apresentam pigmentos amarelos intensos.Trata-se de plantas muito distintas, quer a nível das suas propriedades quer em relação às famílias a que pertencem. O açafrão é uma Iridácea e as partes utilizadas são os estigmas. A curcuma é uma Zingiberácea e utiliza-se o rizoma.
O modelo da planta do açafrão - Crocus sativus (nº de inventário BOT.01253) - está patente na Exposição permanente “Segredos da Luz e da Matéria”, no Laboratorio Chimico do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
Modelo fabricado por Jauch-Stein, Breslau, Polónia.
O modelo de flor em análise é o açafrão - conhecida especiaria, de uso culinário típico na paella, risoto, carneiro, sopas de peixe, das mais utilizadas na dieta mediterrânea. De cor vermelho-dourado é retirada do estigma seco da flor de plantas bolbosas, herbáceas, cujo nome científico é Crocus sativus L. .
Da família Iridaceae, cada flor do açafrão tem 6 pétalas, roxas ou brancas, 3 estames e um pistilo (conjunto do ovário, estilete e estigma das Angiospérmicas-plantas com flor). O pistilo, amarelo ou vermelho, é composto por três estiletes e um estigma. São necessários 14 mil estigmas para produzir 28 gramas de açafrão (Crocus sativus) - ainda hoje a especiaria mais cara do Mundo, pois são necessários cerca de 150 mil flores para obter 1 kg de estames de açafrão seco.
Dependendo das dosagens, em usos médicos é utilizado em dispepsias, como estimulante de apetite, sistema nervoso central e útero, podendo ser abortivo e emético em doses elevadas (a dose 12-20g é letal em adulto).
O açafrão é nativo da região Mediterrânea ocidental, norte de África, centro e Sul da Europa. É cultivado no Médio Oriente e Ásia central, pouco em Portugal continental, mais na ilha da Madeira. Os bolbos têm um período de dormência de 5 meses, em que não é necessária rega, sendo uma cultura ideal para regiões semiáridas (inverno moderadamente frio, com chuvas durante o Outono, verão quente e seco, com pouca queda de chuva e limitações de água). Assim, não é de origem tropical, mas sim árabe e sul da Europa e chegou à Europa pelas rotas do comércio árabe.
Não confundir com o açafrão-da-índia (o “verdadeiro açafrão” para os povos da Índia, Moçambique e da África Oriental), também conhecido por açafrão-da-terra, gengibre amarelo e que confere o amarelo vivo e o sabor picante, por exemplo, aos apreciados pratos de caril. Este é retirado do rizoma (açafrão-da-terra) de uma outra espécie - Curcuma longa, sin. C. domestica - de outra família botânica, as Zingiberaceae. Esta outra espécie foi trazida da Índia para o mundo pelos percursos dos mercadores árabes e/ou das caravelas quinhentistas dos Portugueses. A curcuma é uma planta exótica, muito cultivada e utilizada nos trópicos: Ásia, Austrália, Caraíbas e África. Destaca-se pela intensa cor amarela do seu rizoma, que deu origem ao nome que em inglês é turmeric e deriva do latim terra merita, referindo-se a um pigmento mineral de cor amarela.
Na Idade Média já era conhecida e apreciado na Europa como corante e remédio e não como especiaria. Era usada para tingir artigos de pele e corantes alimentares como licores, queijo, manteiga e pastelaria. Terá sido o médico grego Dioscórides quem lhe deu o nome de açafrão-da-Índia. O constituinte mais ativo é a curcumina que apresenta fortes propriedades antioxidantes. Tem uma marcada ação anti-inflamatória muito eficaz no tratamento de dores reumáticas e artrite reumatoide. Aumenta a secreção biliar ajudando a metabolizar gorduras. É hepatoprotetora, digestiva, anticoagulante do sangue, anticancerígena e um dos melhores anti-inflamatórios do reino vegetal.
Existem muitas variedades de curcuma, mas a que interessa para fins terapêuticos é a C. longa. É uma planta herbácea, perene, com ramificações laterais compridas, folhas compridas, elíticas e pontiagudas, com cerca de 50 cm de comprimento, flores amarelas, com sépalas verde-claro, e pétalas roseadas em inflorescência cônica. Do rizoma saem as folhas e as hastes florais. A colheita deve ocorrer na época em que a planta perde a parte aérea, depois da floração. Nesta fase, os rizomas apresentam pigmentos amarelos intensos.
Trata-se de plantas muito distintas, quer a nível das suas propriedades quer em relação às famílias a que pertencem. O açafrão é uma Iridácea e as partes utilizadas são os estigmas. A curcuma é uma Zingiberácea e utiliza-se o rizoma.
O modelo da planta do açafrão - Crocus sativus (nº de inventário BOT.01253) - está patente na Exposição permanente “Segredos da Luz e da Matéria”, no Laboratorio Chimico do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
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