PROGRAMA
15H00 - Fernão de Magalhães (1480 — 1521), o primeiro navegador que circumnavegou o planeta Terra.
por Carlota Simões (Universidade de Coimbra)
A viagem de Fernão de Magalhães não se destinava a circum-navegar a Terra. D. Carlos I, Rei de Castela, foi muito claro nas instruções que lhe deu: o hemisfério português estava interditado a Magalhães para não comprometer o ambiente de paz entre Portugal e Castela selado pelo casamento do Rei D. Manuel com uma irmã do rei castelhano. O objectivo da viagem era atingir as ilhas de Maluco viajando para ocidente, regressando pelo mesmo hemisfério. O grande feito de Magalhães foi ter ligado o Atlântico ao Pacífico por uma passagem até então desconhecida, e ter atravessado toda a imensidão do Pacífico, que já tinha sido avistado por Vasco de Balboa em 1513, mas cuja vastidão era desconhecida.
E ficaram a faltar os 22 graus de longitude que separam Malaca (que Magalhães atingiu ao serviço da coroa portuguesa) de Cebu (que ele atingiu ao serviço da coroa castelhana) para poder dizer-se que Magalhães deu de facto a volta ao mundo; deixemos esse feito para Sebastião de Elcano e restantes 20 homens a bordo da nau Victoria.
15H45 - Gabriel de Magalhães (1610-1677), jesuíta na China
por Eugénio Maia do Amaral (Biblioteca Geral da UC)
O Padre Gabriel de Magalhães é ainda mal conhecido mas foi um dos primeiros jesuítas portugueses na China. Teólogo por Coimbra, sinólogo por necessidade, combinou uma eficiente catequese com uma abundante escrita, sobretudo impressa na China e em grande parte perdida. É geralmente lembrado por ter sido o construtor da igreja de Dongtang (S. José), em Pequim, pela sua “Nova Relação da China” publicada na Europa e pelo confronto que manteve com o seu colega alemão Adam Schall.
16H30 - João Jacinto de Magalhães (1722-1790), físico, químico e construtor de instrumentos nascido em Aveiro. ágina
por Isabel Malaquias (Universidade de Aveiro)
O último quartel do século XVIII assistiu a vários desenvolvimentos na ciência e tecnologia, estando a química, a medicina e a instrumentação científica no topo dos assuntos mais fascinantes. Tendo-se libertado da sua condição inicial de cónego regrante em Santa Cruz de Coimbra, João Jacinto de Magalhães (1722-1790) tornou-se um especialista e escritor muito activo, quer através da sua correspondência, recentemente publicada, quer através de várias memórias, principalmente sobre instrumentos científicos, assumindo uma posição de homem de ciência prolífico, correspondente de várias academias e sociedades científicas e de quase todos os homens de ciência conhecidos do seu tempo e de diferentes partes do mundo.
Nesta apresentação, abordaremos alguns exemplos dessa dinâmica específica que entreteceu uma rede de inter-relações globais entre pessoas, mercadorias, informação e conhecimento.
17H15 - Magalhães e a tabela periódica
por Sérgio Rodrigues (Universidade de Coimbra)
Evocação breve de outros Magalhães de Portugal e do mundo e apresentação do ciclo de actividades "Ao encontro da tabela periódica, dos elementos e das moléculas" a propósito do Ano Internacional da Tabela Periódica, 2019.