LUZIA
Em setembro de 2018 um enorme incêndio destruiu 90% do acervo do Museu Nacional na Rio de Janeiro. Um dos artefactos afectados mais importantes foi o crânio de Luzia, considerada a Homo Sapiens mais antiga já encontrada no Brasil.
Durante a 21ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra, o artista brasileiro Felippe Moraes projeta o nome Luzia nas paredes do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, assinalando o facto de este museu se ter tornado, após o incêndio no Rio de Janeiro, o maior acervo de história natural do mundo Lusófono.
Na instalação, que será inaugurada no dia 01 de março e ficará exposta até 12 de Abril, Moraes faz uma homenagem a essa figura potente no imaginário científico brasileiro e uma nota crítica sobre o descaso com as instituições de pesquisa no Brasil. O texto curatorial da obra é assinado pelo pesquisador brasileiro Bernardo de Britto.
A projeção dá-se num anfiteatro vazio e com iluminação reduzida na Galeria de História Natural. A luz que descreve o nome Luzia na parede evoca o sentido de “luminosa” na origem do nome e também o Iluminismo que motivou o estabelecimento da colecção em 1772. O artista também discute o obscurantismo que afecta boa parte da sociedade brasileira e que se reflete em uma negligência governamental e consequente desmonte das instituições científicas e culturais do país.
Felippe Moraes, que é doutorando em arte contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra diz que: “O trabalho fala sobre esse momento de endurecimento brasileiro e sobre o símbolo trágico que um incêndio em um museu representa. É quase como se o fogo fosse a materialização de um sentimento maior de calar a história e a ciência. Entretanto, Luzia, sendo uma mulher que resistiu 12.500 anos soterrada, pereceu sob o incêndio e agora está sendo reconstruída pelos cientistas é o símbolo de resistência que as minorias precisam para não deixar de acreditar e lutar. Nós sobrevivemos antes e vamos continuar existindo e resistindo cada vez mais.”
A obra faz uma nota sobre as relações históricas, científicas e simbólicas entre Brasil e Portugal. A menção a essa mulher ancestral evoca a potência e soberania das Américas pré-colombianas e sugere a revisão da narrativa dos chamados “descobrimentos”. Além disso chama atenção à manutenção e divulgação do Museu da Ciência e de outras instituições como herdeiros do legado científico perdido no Museu Nacional.
Durante a 21ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra, o artista brasileiro Felippe Moraes projeta o nome Luzia nas paredes do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, assinalando o facto de este museu se ter tornado, após o incêndio no Rio de Janeiro, o maior acervo de história natural do mundo Lusófono.
Na instalação, que será inaugurada no dia 01 de março e ficará exposta até 12 de Abril, Moraes faz uma homenagem a essa figura potente no imaginário científico brasileiro e uma nota crítica sobre o descaso com as instituições de pesquisa no Brasil. O texto curatorial da obra é assinado pelo pesquisador brasileiro Bernardo de Britto.
A projeção dá-se num anfiteatro vazio e com iluminação reduzida na Galeria de História Natural. A luz que descreve o nome Luzia na parede evoca o sentido de “luminosa” na origem do nome e também o Iluminismo que motivou o estabelecimento da colecção em 1772. O artista também discute o obscurantismo que afecta boa parte da sociedade brasileira e que se reflete em uma negligência governamental e consequente desmonte das instituições científicas e culturais do país.
Felippe Moraes, que é doutorando em arte contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra diz que: “O trabalho fala sobre esse momento de endurecimento brasileiro e sobre o símbolo trágico que um incêndio em um museu representa. É quase como se o fogo fosse a materialização de um sentimento maior de calar a história e a ciência. Entretanto, Luzia, sendo uma mulher que resistiu 12.500 anos soterrada, pereceu sob o incêndio e agora está sendo reconstruída pelos cientistas é o símbolo de resistência que as minorias precisam para não deixar de acreditar e lutar. Nós sobrevivemos antes e vamos continuar existindo e resistindo cada vez mais.”
A obra faz uma nota sobre as relações históricas, científicas e simbólicas entre Brasil e Portugal. A menção a essa mulher ancestral evoca a potência e soberania das Américas pré-colombianas e sugere a revisão da narrativa dos chamados “descobrimentos”. Além disso chama atenção à manutenção e divulgação do Museu da Ciência e de outras instituições como herdeiros do legado científico perdido no Museu Nacional.