ARTE DO FERRO | A CIDADE DAS GRADES
Ao longo dos últimos 400 anos, a paisagem urbana de Coimbra tem sido marcada pela arte do ferro, de tal forma que Vergílio Correia chegou a denominá-la como a cidade das grades. Com efeito, ao percorrermos as ruas da cidade, deparamo-nos, a cada instante, com a presença dos mais diversos objectos em ferro forjado ou fundido.
À sua forma artística alia-se a sua função utilitária, materializando-se em guarnições de portas, portões, gradeamentos, varandas, bandeiras de portas e janelas, cataventos ou candeeiros. Outros objectos ornamentam o interior de casas particulares, instituições públicas ou igrejas, salientando-se as lanternas ou os trasfogueiros para as lareiras.
Considerado como o metal mais útil, mais comum e mais duro na natureza – que todavia o fogo consegue amaciar – o ferro era submetido, pelos serralheiros-artistas em oficinas artesanais ou já de carácter industrial, ao calor das forjas e dos fornos. As artérias confinantes com a Rua da Sofia ou com o Terreiro da Erva foram as áreas onde se concentraram a maior parte das oficinas de serralharia, apesar de terem existido mais algumas dispersas pelo Quebra-Costas ou na zona do Tovim.